segunda-feira, 25 de maio de 2009

Unificação da Língua Portuguesa: prós e contras, o ganho é futuro

Brasil, Portugal e os demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – outros seis países – entraram em acordo para a concretização da unificação da língua portuguesa. Como se trata de um projeto que já vem sendo discutido há anos, muitos especialistas vêem esse acordo com bons olhos, mas outros muitos não concordam com essa decisão. Mas afinal de contas, qual a importância dessa unificação ortográfica? Qual o pano de fundo de interesses nessa padronização da língua?

Os especialistas que apóiam a unificação da língua o fazem por crerem que com esse acordo haverá maiores possibilidades da universalização da língua, o que significa sua aceitação em constituições internacionais – como uma das línguas oficiais da ONU, por exemplo. Esses especialistas afirmam ainda que com esse acordo será facilitada a circulação de livros, principalmente didáticos, entre os países lusófonos – com isso gastar-se-ia menos dinheiro em vista da publicação de edições diferentes para os diversos países. São idéias plausíveis, mas o que afirmam os descontentes com a padronização?

Há críticas fortes como a de Cláudio Moreno ao comentar que, tendo assistido às mudanças de 1971, muitos dicionários e livros tiveram de ir para o lixo. Para esse especialista em língua portuguesa, a unificação “é uma tolice. Só países ridículos fazem reformas ortográficas”. Ainda pensando nos livros que vão para o lixo, o professor aposentado da USP, Francisco Savioli, crê que a unificação é “uma reforminha tímida... que não mexe com o essencial, mas vai provocar a queima de milhões de livros”.

A partir das críticas positivas e negativas em relação à padronização da língua, o que realmente apoiar? Vale mesmo a pena a queima de tantos livros, em nome de uma maior universalização da língua? Em nome de uma maior e melhor circulação de livros pelos países lusófonos, vale a adaptação dos oito países a essa unificação? Atrás da unificação não estariam maiores interesses, como os das editoras, que gastariam menos para fazer circular seus livros? Mas, por outro lado, não é positivo o fato de uma maior circulação das produções científicas, bem como culturais entre todos esses países?

Diante de tantos prós e contras, porque não criar, por exemplo, uma política que minimize os efeitos negativos da unificação em relação à reciclagem dos livros? Num mundo onde tudo corre para a globalização, não há como os países lusófonos se porem à margem. Parar no fator negativo da destruição de tantos livros é pensar somente no que a unificação pode significar no momento de sua implantação. Pensar no que essa unificação pode significar em longo prazo é ver o lado positivo, ver o que todos ganharemos com isso – considerando como sendo o maior ganho a universalização da língua e o livre trânsito das produções de todos os países entre si, num futuro próximo. E é em razão disso que não dá para posicionar-se contra a padronização da língua.

Porto Alegre – RS, 04 de Agosto de 2008.

As opiniões dos autores, opiniões citadas no texto, foram extraídas de artigos encontrados na Internet, por meio de sites de pesquisa.

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